sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Minha Gravidez no Japão


Minha Gravidez No Japão

Estava conversando com uma amiga, que não vejo há anos. Ela teve seu primeiro filho, e estava me contando como foi.
Surgiu a idéia de contar como foi a minha experiência, grávida e tendo filhos aqui.

Eu estava trabalhando, quando comecei a ficar enjoada e passar mal. Fui embora mais cedo, e voltando pra casa fiz o teste de farmácia, o que confirmou a minha gravidez! Minha mestruação estava atrasada, e nem me dei conta disso!

Através da minha madrasta, conheci uma parteira famosa na minha cidade.Ela já lançou dois livros, e faz palestras nas escolas, falando sobre a importância da vida, e como o bebê vem ao mundo. Eu gostei, pois ela faz tudo ao natural. Ela não usa as intervenções de medicamento, aceleração do parto ou mesmo o tradicional corte vaginal.
A parteira fez o pré-natal todo, sempre cuidadosa com o bebê. Quando ela via excesso de sal ou de açucar na urina, já dava aquele sermão todo. E sempre via se tinha inchaços nas pernas. Dava dicas de comidas com mais vitaminas.

Ela faz uma massagem nos seios para prepará-los na amamentação, porque ás vezes acontece de entupir os furinhos no bico dos seios e não sair mais leite.Nessa massagem, prepara os bicos dos seios também.Muitas mulheres vão por causa dessa massagem.

Quando acontecia do bebê estar sentado, ela dava uns exercícios para fazer, ou senão ela desvirava o bebê na mão mesmo. Tipo de "massagem" na barriga. Dói um pouco, mas tudo era para o bem do bebê...

Tinha a opção de parir em casa, dentro da banheira, ou na sala de parto. Eu optei de ter na sala de parto!

Antes disso, tive aulinhas de respiração que tive que fazer conforme as contrações. E aulinhas com meu marido, de como ele poderia me ajudar nessas horas.

No meu primeiro filho, fiquei apavorada com as contrações e acabei não fazendo a respiração que aprendi. Fiz força demais, e antes do tempo, que resultou ele nascendo e a placenta saindo junto! A placenta saindo antes do tempo, fez com desgrudasse do útero, rasgando-o.
Logo a parteira chamou um médico, que é convênio com ela, para costurar. Levei pontos no útero, sem anestesia. Doeu muito, mas não poderia pedir a anestesia, pois interferia na amamentação do meu filho. Então aguentei a dor, eu mesma não fiz nada direito durante o parto, desobedecendo a parteira, era minha culpa. O mais importante, é que meu filho nasceu saudável!
Meu marido acompanhou tudo, e choramos juntos de felicidade ao ver nosso filhinho.

Na minha segunda gravidez, já mais experiente e aprendido a lição com o parto anterior, fiz tudo direitinho.
Compreendi que fazendo a respiração direitinho, do jeito que a parteira ensina, a dor da contração é mínima. E minha madrasta me ensinou uma posição que alivía as dores. Agachar, abrindo as pernas, tipo sapo! Apoia uma mão em algum lugar, e a outra mão alisa a barriga do lado, de cima pra baixo, quando descer a mão expira, quando subir respira. Sempre respirando pelo nariz e expirando pela boca. Quando a contração estiver mais forte, fazer esse movimento mais rápido.

Durante o parto, meu marido me ajudou fazendo a respiração junto, massagens nas costas, e segurando a minha mão. Teve uma hora que ele sentou atrás de mim na mesa de parto. Não senti aquela dor, que senti no meu primeiro parto.
Quando percebi, minha filha já tinha nascido, e depois veio a contração de novo por causa da placenta, que saiu facilmente.
Tudo controlado pela respiração!

No dia seguinte já andava normalmente. Lá na parteira, minha filha ficou o tempo todo do meu lado, tinha um bercinho do lado da minha cama. Os primeiros dias a enfermeira levava pra dar banho, e eu acompanhava. Ela ensinou como dar banho e como amamentar.
Achei interessante que tem vários jeitos de amamentar! O tradicional deitado, sentado(muitas japonesas usam esse jeito), e o de lado. Difícil de explicar verbalmente, mas com uma almofada do estilo donuts que coloca na barriga, apóia o bebê do lado e amamenta assim.

O mais legal de tudo, é que meu marido pôde participar de tudo! Ele assistiu os dois partos, e adorou! A emoção que tivemos, choramos juntos!(http://guiadobebe.uol.com.br/parto/papai_vendo_o_filho_nascer.htm)

Li uma matéria sobre esse tipo de parto, no Brasil chama de Parto natural humanizado ( http://guiadobebe.uol.com.br/parto/parto_humanizado_devolve_a_mae_o_controle_no_parto.htm ).

Nada Por Acaso


Nada Por Acaso

Eu estava frustada, pois não posso mais ser uma doadora de sangue e nem de medula óssea(Por causa da Leucemia). Queria poder , pois as transfusões de sangue constante que recebi, foi que manteve viva. E não só na quimioterapia, mas existem tantas outras doenças que a pessoa precisa de transfusões de sangue constante, pois o corpo não fabrica parte da célula do sangue.
Essa frustação foi porque eu não poderia retribuir, o tanto que recebi. Mas como nada é por acaso, chegou uma senhora que ficaria no mesmo quarto comigo.
Ela é alegre, sempre conversando e brincando com os médicos e enfermeiras. A alegria dela contagia a todos! Um dia conversando com ela, soube que ela fazia vários trabalhos voluntários.
E como eu pude não pensar nisso? Eu posso não ser mais útil como doadora de sangue, ou de medula óssea, mas posso ajudar, retribuir de outras formas!

Não sabia como funcionava os trabalhos voluntários, e como uma luz, essa senhora apareceu e me explicou tudo! Até me convidou pra um dia fazermos piquenique com o pessoal que faz o trabalho voluntário. Trocamos telefones e e-mail.
Agora, meus objetivos aumentaram mais ainda! É tanta coisa que quero fazer quando terminar toda a quimio...

No outro dia, assistindo a TV, vi uma reportagem de um grupo de adestradores de cães,que visita as crianças com Leucemia. Esse grupo e o hospital, se juntaram para essa nova terapia.
As crianças não viam a hora deles chegarem com os cachorrinhos! Acariciavam, passeavam pelo hospital com os cachorrinhos. Era só alegria! Mesmo quando as crianças estavam meio mal por causa da quimio, não podendo se levantar da cama, a adestradora levava o cãozinho no quarto para pelo menos a criança ver.