Internação e Isolamento
Logo que me internei, tive que ficar em um quarto isolado por 3 meses. Visitas totalmente restritas, apenas 3 pessoas estavam autorizadas a me visitar! E mesmo assim, essas 3 pessoas tinham que vestir uma máscara, jalecó e um chinelinho pra poder entrar no quarto.
No início foi difícil, a falta que sentia dos meus filhos doíam muito! Sentir o abraço deles, o cheirinho deles, a pele macia...
Mas graças à Deus, que nesse hospital, celulares e notebook podem ser usados. Então sempre que eu estava bem, ligava pra eles, e com o tempo meu marido conseguiu um notebook para que eu visse as crianças pela câmera! A saudade aliviava um pouco...
Hoje em dia com tantas modenidades, fico imaginando como era antigamente as internações, que só poderiam usar os orelhões para ligar...
Na parte da refeição, eu posso comer de tudo! Exceto coisas cruas, como peixe e frutas que não descascam, por exemplo o morango. É até engraçado, porque todos que viam me visitar sempre me perguntavam o que eu queria, e a respostas sempre eram as mesmas, COMIDA! (risos)
Meu pai e meu irmão, traziam-me pastéis e Mc Donalds! Que delícia!! (risos)
Minhas amigas e minha sogrinha mandavm guloseimas pelo meu marido, nossa, e eu me acabava com isso! Comia tudo! Comida de hospital enjôa, e chegava uma hora que só o cheiro me deixava com o estômago embrulhado!
Com a quimioterapia, minha boca ficava com gosto estranho, e só comendo algo doce como balas e chocolates. E o medo de engordar??( risos) Mas o médico falou que não tinha problema, pois o que fazia aumentar o meu peso eram os remédios, e não a comida. E eu sempre pesava, para controlar o peso, e com o remédio tirar o excesso de líquido que ficava pelo corpo.
Cheguei a perder quase 14 quilos, mas meio na efeito sanfona. Pois durante a quimioterapia, perdia e quando dava o intervalo de uma quimio para outra, ganhava um pouco de peso. Normal segundo o médico.
A Senhora da prisão- de- ventre
Quando me internei em um outro hospital, por causa dos inchaços nos orgãos, uma senhora deu a entrada no quarto, no leito ao lado. Ela parecia estar grávida de gêmeos, de tão grande estava a barriga dela!
E conversando com ela, disse que mesmo assim era ativa, trabalhava e andava de bicicleta. Mas não conseguia ir ao banheiro, e tempos em tempos tinha que se internar para retirar os líquidos. Por causa do inchaço na barriga, todas as posições doía! Andar, sentar, deitar... nenhuma posição aliviava.
Comecei a sentir dó, pena..
Mas sempre via aquela senhora, tão alegre, conversando animadamente com os médicos, enfermeiras e colegas de quarto. Brincava e sorria sempre!
De dó a pena que sentia dela, passei a admirá-la! Tão corajosa, animada que era a luz daquele quarto.
Me lembrei dela, quando eu fiquei com prisão- de- ventro logo no começo do tratamento, e passei a sentir o que ela sentia. Mais admiração por aquela senhora me passava na cabeça!
Ao bom Deus agradeci, por ter colocado aquela senhora em meu caminho, pois senão eu iria me sentir a coitadinha cheia de dores! Imaginei aquela senhora passando por isso a vida toda, e pedi a Ele também que a aliviásse daquelas dores.
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